PROJETOS

O projeto deste ano tem o objetivo de melhorar a vida de quem mora na cidade, trabalha e depende do turismo para (sobre)viver. Foi percebida a grande necessidade de reconhecimento do uso do nome social, do acolhimento das escolas, na rede pública de saúde, dentre outros setores. Cada vez mais há jovens e adultos que necessitam da validação das leis de proteção à LGBTQIA+fobia e da inclusão. Como nesta fala de Regiani Abreu, da ONG Mães Pela Diversidade durante o I Fórum: “Nós, da ONG Mães Pela diversidade, não queremos respeito, gente, nós queremos esperança e legitimidade… Eu quero que meu filho ocupe todos os espaços”! Há a grande necessidade da igualdade entre todos, mas ainda necessita-se da garantia da consciência e da segurança.

 

De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS): Orientação sexual auto identificada da população adulta, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 2,9 milhões de pessoas de 18 anos ou mais se declaram lésbicas, gays ou bissexuais no Brasil. E segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), 10% do público viajante em nível global se declara LGBTQIAPN+, movimentando 15% do faturamento do setor. 

 

Dados do Fórum de Empresas e Direitos LGBTQIA+ e Out Leadership apresentam que o potencial de consumo do segmento desse público no Brasil é estimado em US$ 133 bilhões, o que equivale a R$ 418,9 bilhões – ou 10% do Produto Interno Bruto (PIB).

 

"Chegamos na cidade recebendo o acolhimento de colegas empresários, não por sermos gays, mas pela nossa competência profissional enquanto donos de estabelecimentos. Porém, não sabemos ao certo, como é o acolhimento às pessoas de baixa renda, sobretudo aos negros, indígenas e pessoas trans. Esse fórum terá a característica de dar voz à população que é menos privilegiada, que falará sobre a assistência e aos servidores, sobre as iniciativas que já estão sendo desenvolvidas para a melhoria da qualidade de vida da população. O tom do Fórum é o tom do amor. Percebemos ao longo desse ano que a lei existe, deveria ser para todos, mas ainda há um desconhecimento para acessar os serviços públicos."- Cristiana Fernandes (Kitty), fundadora do Paratodes Paraty e empresária da Átame Moda Inclusiva.

 

Dentre os convidados, estão membros da comunidade LGBTQIA+ de Paraty e responsáveis pela legitimação dos serviços, além de figuras reconhecidamente históricas na causa. É o caso de Anna Paula Barreto, hoje empresária do ramo da charcutaria, que ao lado de sua companheira Cláudia, foi proprietária da única casa noturna de Paraty durante os anos 90. Após o fechamento do Dama da Noite, nenhum estabelecimento temático foi aberto na cidade, até os dias de hoje, com esse propósito de entretenimento. 

 

Além dos cidadãos da cidade, o evento contará com a presença de figuras importantes na luta, como o Chef Lucas Corazza, declaradamente engajado na causa LGBT+ e um militante ativo. Lucas é um colaborador nato do Paratodes, com sugestões de pautas e palestrantes. O renomado chef de cozinha, que também é apresentador do Programa "Que Seja Doce”,  é um defensor dos direitos da comunidade LGBT+.

 

Como complemento, terá o lançamento da HQ Deby Dreamwalker, da premiada mulher trans, a autora Luiza Lemos, fruto de um crowdfunding realizado para a finalidade, da impressão à distribuição das revistas.

 

Como avanço às iniciativas startadas em 2022, segue em processo de votação o Projeto de Lei de Punição à homofobia, que será apresentado à comunidade durante o Fórum. "Eu, a vereadora Flora (Câmara de Paraty) estou aqui para me colocar à disposição da comunidade LGBTQIAPN+ de Paraty e todos aqueles que, de alguma forma, são vulnerabilizados pela sociedade. Estamos fazendo, em meu gabinete, uma lei municipal contra a homofobia e proteção à comunidade LGBTQIAPN+ de Paraty. É uma honra municipalizar ações como essa que são de suma importância para a garantia do direito e da cidadania de todos! Contem comigo!"

 

"Paraty por si só já é uma cidade que tem no DNA a diversidade de raças, origens, quilombolas, indígenas, estrangeiros e locais. Queremos prosseguir com passos além na direção da segurança e do acolhimento do turista LGBTQIA+ que possui características e necessidades próprias e que valoriza e investe no destino turístico quando é verdadeiramente acolhido. Certamente PARATODES inaugurou um presente, rumo ao próximo, gerando outras oportunidades de inclusão e visibilidade para outros nichos igualmente importantes da nossa sociedade", comenta Alexandre Carvalho, fundador do Paratodes Paraty e sócio da Casas do Pátio Pousada & Bar.